o mar do poeta

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sexta-feira, fevereiro 27

FUNERAL TAILÂNDES







Encontrava-me em Macau no mês de Junho de 2007, quando a minha companheira me telefonou de Bangkok informando que seu avô materno, se encontrava mal e que dentro de dias iria, com uma sua tia, visita-lo na aldeia de Ban Mea Long, aldeia esta que fica localizada perto da cidade de Lampang.


O avô pessoa a quem eu admirava imenso e com ele tinha convivido imensas vezes, era uma pessoa simples, já com 83 anos de idade, pessoa que sempre trabalhou as suas terras, uma pessoa hulmide que formou a aldeia onde habitava.

Informei a minha companheira para não ir com a tia, pois esta tencionava ir de autocarro, viagem essa cansativa e morosa, pois levaria 14 horas de viagem. Disse-lhe que no dia 28 de Junho eu iria a Bangkok e de lá então iria-mos de avião até à cidade de Lampang.

Fiz a viagem na companhia Air Macau, tendo chegado a Bangkok pelas 20.30 horas e dali seguimos para casa. No dia seguinte recebemos um telefonema da mãe de minha companheira informando que seu pai tinha falecido e que a cremação se realizaria no dia 5 de Julho.

Nesse mesmo dia comprei os bilhetes de avião na companhia aérea PB e no dia seguinte bem cedo seguimos para Lampang.

À nossa espera estava uma cunhada nossa que nos transportou para a aldeia que dista ainda 32 quilometros da cidade. Depois de descarregar-mos as malas seguimos para casa de um tia onde o avô vivia na intensão de ver o corpo do avô e lhes prestar-mos as últimas homenagens, porém o corpo já tinha sido colocado dentro de uma urna frigorifica, sobre a qual se encontravam vários ramos de flores.

Um nosso tio retirou as flores e como a urna tinha uma tampa de vidro podemos assim ver o corpo do avô.

O recinto estava cheios de familiares e amigos, havia imensas cadeiras e mesas, na área em que se encontrava a urna foi erguido defronte, um altar onde diáriamente quatro bonzos budistas iriam orar.

Eu nunca tinha assistido, ao vivo, aos rituais funerários tailândeses, este seria diferente dos muitos que tinha visto já através da televisão, pois o falecido vivia numa aldeia e os rituais eram bem diferentes.

Muitas pessoas, amigas e familiares, trabalhavam nos preparativos nas cozinhas improvisadas ao ar livre nos terrenos circundantes à casa.

Um dos tios fazia os apretechamentos eléctricos colocando vários autofalentes e fazendo ligações de fios terminando com a montagem de ecran gigante de televisão.

Nesse mesmo dia falecia o chefe da aldeia, e o bonzo que havia na aldeia teve que recorrer a outros mosteiros solicitando a vinda de mais três bonzos para realizarem os rituais budistas.

Nessa noite, e após terem ido orar a casa do outro senhor falecido, só pelas 21 horas, compareceram os quatro bonzos. As pessoas que assistiam ao velatório encontravam-se sentadas tendo já ali jantado e assistiam a um programa de televisão, e cujo se encontrava bem alto.

O altar tinha a imagem do buda e estava bem ornamentado, da urna onde se encontrava o corpo do falecido saiu um fio branco que atravessa todo o recinto e que ia terminar num novelo que se encontrava no altar.

Na foto acima inserida podem-se ver os bonzos, ou monjes, como em Portugal se chamam, sendo o primeiro da esquerda o único bonzo da aldeia, pode-se ver também o fio branco defronte dos monjes, que ia até defronte do último monje.
No altar havia várias velas, e o monje da aldeia me pediu para acender uma, isso era uma honra concedida a poucos, e eu o fiz com todo o carinho que tinha pelo avô, de seguida as outras velas de cor amarelada, foram acessas por duas pessoas da familia.

Começaram as orações, que mais pareciam cânticos, na língua Pali, ou seja a linguagem usada pelos budistas. Os rituais iam seguindo-se chegado a altura de alguns familiares e amigos se dirigirem até junto do monjes e fazerem ofertas as quais eram colocadas em cima do fio branco, o que significava que as mesmas eram ofertadas ao falecido, depois metiam um envelope branco, com algum dinheiro, dentro da sacola que os bonzos transportavam, assim como, em bandejas eram oferecidos alguns alimentos embalados, que metiam igualmente dentro das sacolas dos monjes, estas eram facultativas, pois o último monje ainda bem jovem nada recebia.

Após esta cerimónia o fio branco era de novo enrolado no novelo e ali ficava junto do altar.

Os monjes recolhiam aos seus mosteiros e os amigos e familiares ali ficavam no velatório comendo e bebendo, ouvindo música ou assitindo a alguns programas de televisão. A foto do falecido estava rodeado de flores e luzes coloridas.

Estes rituais se prolongaram por mais cinco dias, comida essa não faltava assim como bebidas que as pessoas bebiam e abusavam, provocando imensas bebedeiras.

Como se pode ver nas fotos acima inseridas, a da esquerda alguns professores da escola local que vieram prestar a última homenagem ao falecido, na da direita familiares e amigas preparando comidas.

No noite anterior à cremação a urna foi colocada dentro de uma casa de papel cujo interior da mesma era formada por cadeiras, como se pode ver na foto abaixo inserido.

Nestes rituais não se usam flores naturais mas sim artificiais e em vez de se ofertarem flores, alguns dos familiares fazem a oferta de molduras, como se pode ver na foto do aldo direito, tendo estas a particularidade de serem compostas por colheres e flores de papel.

O corpo do falecido foi retirado da urna frigorifica para uma urna convencional, e colocada no interior da casa de papel, os familiares seguravam o fio que saía da urna, até a mesma ser colocada no interior da casa de papel.

A seguir foram colocados na casa de papel todos os pretences que o falecido usava, entre eles uma televisão e uma ventoinha, que foram ambas ligadas, segindo-se depois as orações proferidas pelos momje da aldeia.

Nessa noite, os comes e bebes prosseguiram tendo até sido contratada uma orquesta tailandesa para abrilhantar o velatório, senfo também lançados alguns foguetes, havendo até uma cascata de fogo, sendo depois lançados para o ar um tipo de balões, que ao se acenderem as tochas ficavam mais leves que e ar e subiam aos céus, foram largados 33.

Despois destes rituais teve inicio as últimas orações, que foram diferentes das dos dias anteriores, as mesmas foram proferidas por sete monjes. Nesse dia dois dos filhos do falecido um neto e alguns familares se converteram em monjes, como se pode ver na foto a seguir.

Terminadas as orações os monjes recolheram aos seus mosteiros ali ficando os seus familiares convertidos em monjes e muitos familiares e amigos que permaneceram no velatório, comendo e bebendo.

Na tarde do dia seguinte, a casa de papel que continha a urna foi colocada numa viatura que a levaria para um local na selva, que ficava ainda distante da aldeia, para ser cremada, visto que na aldeia não haver crematório eléctrico.

Antes da casa ser transportada foram tiradas algumas fotos com os familiares. Os mesmo vestiam camisolas de cor preta ou enverganvam vestidos de cor preta. Na foto acima representada podem ver-se, os monjes filhso e netos do falecido e em baixo as filhas e netas, na qual está está o articulista.

No local da cremação foi igualmente montado um altar e ali realizadas as últimas orações, como se pode ver na foto, após estas realizadas foi então cortado o fio branco que ligava a urna ao altar.

A viatura que transportava a casa de papel onde se encontrava a urna, foi empurrado pelos familiares até junto ao local onde iria ser cremado o corpo.
À cerimómia assitiram alguns altos dirigentes governamentais da vila de Kok Ká e a seu presidente foi-lhe dada a honra de acender o rastilho que iria provocar a cremação. Foi um espectáculo interessante e super ritmico, visto que após ter acendio o rastilho, saia dele uma flecha de iria de encontro a umas armações de pirotécnia que fez explodir alguns foguetes e depois passando para afase seguinte, onde alguns bambus, contendo explosivos eram incendiados e provocando um som muito estridente, de seguida a chama seguia até à casa de papel onde a urna se encontrava e se incendiava, como se podem ver nas fotos a seguir.

Terminava desta forma a cremação, no dia seguinte, o filho mais velho se deslocou ao local onde recolheu as cinzas e os ossos os colocando dentro de uma jarra, sendo depois a mesma enterra no quintal da casa onde tinha vivido o falecido.

As cerimónias religiosas foram celebradas em seis dias, porém na Tailândia, por vezes, as ceminórias religiosas se processam de maneira diferente, dias após o falecimento o corpo é colocado dentro de uma urna com o braço direito de fora mas mesma, e apoiando-se numa salva com flores e água benta. Os familiares e amigos ao lhe prestarem a última homenagem derramam sobre a mão do falecido um pouco de água benta.

Os monjes depois escolhem o dia propicio para a cremação o que poderá levar anos, nesse entretando o corpo é colocado numa urna frigorifica.

A cremação essa é realizada em mosteiros com crematórios eléctricos e a ignição da chama é acionada, conforme a classe social do falecido, por pessoas de alta patente ou por elementos da realeza.

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