o mar do poeta

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terça-feira, maio 11

HISTÓRIA DA TAILÂNDIA



BANDEIRA DO REINO DO SIÃO.

No dia 11 de Maio de 1949 o Reino do Sião passou a designar-se Tailândia.



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



O povo tai, originário da China ocidental, chegou a Yunnan nos séculos I a.C. e II a.C. No século III d.C., fundaram o reino de Nanchao, que perdurou até a conquista do Império Mongol em meados do século XIII. No fim do primeiro milênio da era cristã, os tais migraram em direção ao sul e se fixaram em diversas regiões que mais tarde constituiriam o Vietnã, o Laos, Myanmar e a Tailândia. No século XIII, surgiram dois reinos tais, cujas capitais situavam-se no norte da atual Tailândia: o reino Sukhotai e o Chiang Mai.




No final do século XIII, o reino Sukhotai expandiu-se pela planície central da Tailândia. Os tais já haviam assimilado vários elementos étnicos e culturais de outros povos habitantes da região, como a religião budista, que inspirava seu sistema de governo, ou a escrita, derivada do sistema empregado pelos cambojanos.




Reino Ayutthaya









Estátua de Buda deitado em Ayutthaya.





Em 1350, Rama Tibodi fundou um novo reino tai, nas planícies do curso inferior do rio Chao Phraya, com capital em Ayutthaya. Em poucos decênios, o reino de Ayutthaya se expandiu consideravelmente, à custa do decadente império khmer do Camboja e do reino de Sukhotai, que foi absorvido pelo novo Estado. O império de Ayutthaya empregou novas técnicas de centralização do poder e herdou do Estado Khmer a visão do governante como um rei divinizado. O reino desenvolveu um extenso aparato burocrático, e a sociedade se hierarquizou rigidamente.


As guerras foram frequentes e o território dominado a partir de Ayutthaya alcançou limites próximos ao da atual Tailândia. No entanto, as fronteiras com os Estados vizinhos, devido às contínuas guerras e aos planos separatistas das províncias distantes, modificaram-se constantemente. Em 1569, os birmaneses transformaram Ayutthaya num Estado dependente. Quinze anos mais tarde, a independência do Sião foi restabelecida pelo príncipe Naresuan, considerado desde então um herói nacional na Tailândia.




Pouco depois de tomar posse de Malaca, no início do século XVI, Portugal entrou em contato com o império de Ayutthaya. Os comerciantes e missionários portugueses não exerceram, no entanto, grande influência sobre o país. O maior grupo de portugueses na Tailândia era formado por aventureiros que se puseram a serviço dos exércitos reais como mercenários e que foram responsáveis pela adoção de algumas técnicas militares ocidentais nas operações militares tailandesas.




No século XVII, comerciantes holandeses e britânicos começaram a fundar centros comerciais junto à capital e na península de Malaca. Mais tarde, chegaram os franceses, que se impuseram aos outros europeus. A chegada de uma expedição francesa composta de 600 homens armados, em 1687, despertou receios. No ano seguinte, um golpe dado por líderes tais anti-ocidentais levou à expulsão de todos os franceses. Teve início então uma etapa de relativo isolamento do Sião com relação ao Ocidente, uma política que durou 150 anos.




Dinastia Chakkri




Em 1767, as tropas birmanesas ocuparam novamente Ayutthaya, a capital do reino, que foi saqueada e destruída, pondo fim à dinastia Ayutthaya. O nobre general Pya Taksin (Phraya Taksin) conseguiu, entretanto, restabelecer a unidade política do país e expulsar os birmaneses. Taksin se autoproclamou rei e fundou uma nova capital em Thon Buri, 60 km a sul da anterior, mas foi deposto em 1781, depois de ter enlouquecido. Um de seus generais, Chao Phraya Chakkri, que estava em missão no Camboja, inaugurou então a dinastia Chakkri (1782) e mudou a capital do país para Banguecoque.










O rei Rama II.



Os primeiros reis da nova dinastia se dedicaram à restauração política e cultural do antigo reino. Rama I, que reinou de 1782 a 1809, concluiu a reunificação do Sião. Depois dele, Rama II, poeta famoso, dedicou-se às artes e às letras, e Rama III conquistou novos territórios no sul e no norte, na primeira metade do século XIX. No mesmo período, desembarcou no país grande número de comerciantes chineses, que estimularam o comércio tailandês com a China e fomentaram a exportação de açúcar. Em meados do século, aproximadamente metade dos 400.000 habitantes da capital eram chineses.




O interesse ocidental pelo país acentuou-se no início do século XIX. As conquistas britânicas sobre Myanmar, a expansão na Malásia e a abertura forçada da China ao capital ocidental levaram a uma mudança da política externa tailandesa: ciente do poder do Ocidente, o rei Mongkut, Rama IV (1851-1868) , assinou tratados comerciais com o Reino Unido (1855), os Estados Unidos da América (1856), a França (1856) e outros países.



Às concessões comerciais seguiram-se concessões territoriais: em 1867, o Sião renunciou a seus direitos sobre o Camboja, reclamado pela França. A influência ocidental sobre os assuntos internos limitava-se, porém, à aceitação de algumas inovações trazidas por missionários, como a imprensa e a vacinação. Nessa época, professores e técnicos ocidentais se fixaram no país. Durante o reinado de Rama IV, realizou-se também uma profunda reforma no budismo, com o objetivo de torná-lo menos vulnerável ao trabalho evangelizador dos missionários cristãos.










O rei Chulalongkorn, Rama V, e o príncipe Vajirunnahis.



O rei Chulalongkorn, Rama V (1868-1910), assumiu o poder depois de um período de cinco anos de regência. Continuou com os esforços pela modernização iniciada por seu pai e, sabendo explorar a rivalidade entre dois grandes impérios coloniais - o francês, a leste, e o britânico, a oeste - manteve a independência do Sião, embora com grandes concessões territoriais. Claro exemplo disso foi a disputa territorial que manteve com a França, em 1893, quando a Tailândia dominava a Cochinchina, Annam, Tongking e Camboja. Os franceses obtiveram todos os territórios situados a oeste do rio Mekong (Laos). O país perdeu em 1909 os quatro estados da península de Malaca em favor da Grã-Bretanha. As reformas internas que empreendeu destinavam-se a fortalecer o Estado e a modernizar a sociedade segundo padrões ocidentais. O jovem rei criou uma burocracia fortemente centralizada e o embrião de um exército moderno; transformou os Estados vassalos em províncias do reino; aboliu a escravidão e os restos do feudalismo; construiu ferrovias e telégrafos e estabeleceu uma rede de ensino público.










Rei Rama VI.



No início do século XX, Rama VI continuou as reformas empreendidas por seu pai. A participação do país na Primeira Guerra Mundial, ao lado dos aliados, significou para os tailandeses o alívio das pesadas condições impostas pelos tratados comerciais assinados com as potências europeias. Em 1917, foi inaugurada a primeira universidade do Sião. Quatro anos mais tarde, o ensino primário tornou-se obrigatório. A principal obra de Rama VI foi, no entanto, a promoção do nacionalismo tai. Rama VII, irmão de seu predecessor, foi um soberano fraco que deixou o governo do Estado nas mãos de parentes.



A classe média, oriunda do substancial processo de modernização do país, tornou-se intolerante ao domínio real absolutista e as dificuldades provocadas pela crise econômica mundial iniciada em 1929 motivaram o violento golpe de Estado que, em 1932, tornou o regime do país uma monarquia constitucional, mantendo a dinastia no trono.




Governos militares e democráticos




A assembleia formada a partir do golpe de estado, majoritariamente esquerdista, era composta pelos setores que apoiaram o golpe e cujos interesses divergiam amplamente entre si. Após uma série de conflitos pelo poder, nos quais intervieram o rei e os militares, o governo do país ficou sob controle militar.







Em 1935, o rei Rama VII foi obrigado a abdicar em favor de sobrinho, Ananda Mahidol, Rama VIII, que era menor de idade. Quatro anos depois, o nome oficial do país mudou de Sião para Tailândia. Graças à mediação japonesa, em 1941, o governo chegou a um acordo com a França pelo qual a Tailândia recebia parte do Camboja ocidental e todos os territórios do Laos às margens do rio Mekong.




Ao eclodir na Ásia a Segunda Guerra Mundial, as forças armadas japonesas avançaram rapidamente pela Indochina até a fronteira do Camboja. A Tailândia não resistiu à ocupação japonesa e, sem alternativa, o governo tailandês, liderado pelo marechal-de-campo Pibul Songgram, declarou guerra aos Estados Unidos da América e à Grã-Bretanha em 1942. Os Estados Unidos, entretanto, recusaram-se a aceitá-la como inimigo. A Tailândia incorporou alguns territórios fronteiriços da península de Malaca e da Indochina que haviam estado sob a dominação francesa e britânica desde o início do século. Apesar de tecnicamente aliada ao Japão, a Tailândia sustentou relações de amizade com os países ocidentais, pois a resistência guerrilheira combateu secretamente as forças japonesas. O governo pró-japonês foi derrotado em 1944 e o civil Pridi Phanomyong, orientado claramente pelos aliados, tomou posse do governo. A Tailândia teve de devolver os territórios coloniais anexados.




Em 1946, a Tailândia firmou um tratado com a Grã-Bretanha e com a Índia, pelo qual renunciava a seus direitos sobre os territórios malaios adquiridos durante a guerra; em 1946, a França recebeu os territórios que havia cedido em 1941. Após o assassinato do rei Ananda Mahidol, em 1946, começou a regência até a maioridade de seu irmão Bhumibol Adulyadej, ou Rama IX. Meses depois, o Exército, beneficiando-se do apoio dos EUA, depôs o governo civil, acusando seus líderes de regicídio.




Pibul Songgram voltou a ser nomeado primeiro-ministro em 1948 e governou durante nove anos até ser substituído por outro militar, Sarit Thanarat, que tomou o poder em 1958, aboliu a Constituição e proibiu as eleições. Com sua morte, em 1963, ascendeu ao governo outro militar, Thanom Kittikachorn. No início da década de 1960, a guerrilha comunista no norte do país promoveu numerosos atentados terroristas. O novo gabinete de Thanom apoiou a posição do vizinho Laos durante a Guerra do Vietnã (1959-1975). O governo tomou medidas para a restauração dos direitos políticos, suspensos em 1958. Em 1968, entrou em vigor uma nova Constituição. Nas eleições de 1969 para uma nova assembléia, venceu o Partido Unido do Povo.




Um novo governo militar em 1971, liderado pelo general Thanom, aboliu a Constituição e dissolveu a assembléia. Em 1973, as forças armadas reprimiram com violência manifestações de descontentamento com o regime, lideradas por estudantes. Desacreditado, o governo perdeu o apoio do Exército. O rei Bhumibol Adulyadej obrigou então o gabinete a renunciar e, no ano seguinte, lavrou-se uma Constituição democrática a qual tornou o governo responsável ante o Parlamento, mas a ameaça de uma agressão comunista, principalmente a partir do Camboja, permitiu uma forte influência militar. Realizaram-se eleições em 1975 e 1976 e, nesse mesmo ano, um golpe de Estado suspendeu a Constituição, dissolveu o Parlamento e colocou os militares de volta no poder, inaugurando uma série de governos militares.




Em 1977 foram realizadas eleições legislativas. Em 1981, por renúncia de K. Chamanand, a chefia do governo passou ao general Prem Tisulanond, substituído em 1988 por Chatchai Chunhawan, deposto em 1991 por um golpe militar. Os partidos pró-militares ganharem as eleições gerais de 1992. O general Suchinda Kraprayoon tornou-se primeiro-ministro e impôs um estado marcial. A oposição saiu às ruas reivindicando reformas democráticas. Tropas do Exército abriram fogo contra os manifestantes, matando várias pessoas. O rei Bhumibol restaurou a estabilidade com um compromisso de conciliação. Suchinda então renunciou, a pedido do rei, e os partidos políticos civis foram novamente legalizados.

O rei, então, convocou uma reunião com as principais lideranças transmitida pela TV Anan Panyarachun foi confirmado primeiro-ministro, dissolveu o Parlamento e convocou eleições. Nas eleições gerais, realizadas em setembro de 1992, os partidos democratas, de oposição aos militares, ganharam a maioria dos assentos no Parlamento e escolheram Chuan Leekpai como primeiro-ministro. Em 1993, Paulo César Farias foi preso em Banguecoque e extraditado para o Brasil. As eleições de 1995 permitiram, depois de vinte anos, a substituição do poder; venceu o principal partido da oposição, Nação Tailandesa, cujo dirigente Banharn Silpa-archa formou um novo governo de coalizão.

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