o mar do poeta

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quinta-feira, novembro 11

Crise obriga a reduzir castanha no magusto

São Martinho: Três castanhas custam o mesmo que um quilo pago ao produtor



A crise leva a cortar na hora de preparar o magusto para o Dia de São Martinho, que hoje se assinala. Os vendedores de castanhas contam que, apesar do preço permanecer inalterado há três anos, nos dois euros a dúzia, as vendas estão fracas. E há quem já venda três castanhas assadas por 50 cêntimos.

Este é, aliás, o valor pago por quilo aos produtores de castanha. Nos supermercados, o preço da castanha ‘martaínha’ dispara e pode chegar a custar seis vezes mais daquilo que é recebido pelos agricultores (ver caixa).



Ilda Silva, vendedora no Rossio, em Lisboa, não tem esperança de que hoje as vendas voltem ao antigamente. "Cada vez é pior, a castanha é de boa qualidade, as pessoas gostam, só que não há dinheiro", referiu. "A venda está tão má que sou obrigada a vender três castanhas a 50 cêntimos, perante a insistência dos idosos que dizem que não podem comprar mais", acrescentou. Também Elizabete Mendão, vendedora à porta da estação da CP do Rossio, que hoje oferece água-pé, confirma que as pessoas perguntam se vende só três castanhas. Contudo, afirma que o mínimo é seis, a um euro.

Entre os clientes, os gostos divergem. Lígia Monteiro, lisboeta, entende que estão a cortar no sal. "De ano para ano as castanhas estão cada vez mais insossas". Diferente opinião tem Laura Lozano. A turista espanhola de Múrcia disse que "em Portugal as castanhas são muito salgadas". Quanto ao preço, o namorado, José Castillo, refere que "está bem". Para Fernando Portelada, da Ginginha, o São Martinho é bom para o negócio. "A castanha pede bebida".

QUILO PAGO A 50 CÊNTIMOS AO PRODUTOR

O quilo da castanha está a ser vendido a 50 cêntimos aos agricultores nos distritos da Beira Alta e Trás-os-Montes. O preço pago ao produtor é assim cerca de seis vezes inferior ao praticado nos supermercados e feiras de Lisboa. Ontem, a castanha mais barata era vendida a 2,99 euros/quilo, mas havia locais em que o quilo atingia os 4,99 euros. Estes preços permanecem sem alteração desde o início da semana.

Também na Feira do Relógio, um dos locais que concentra maior número de vendedores ambulantes de Lisboa, o preço da castanha é bastante superior ao praticado no produtor, com o custo de 2,8 euros o quilo. As castanhas congeladas, sem pele, são mais caras: rondam os nove euros/quilo. O litro da jeropiga é vendido a 3,59 euros e a água-pé ronda 1,5 euros.

GOLEGÃ AJUDA A MANTER TRADIÇÃO

A Feira Nacional do Cavalo da Golegã está a escapar à crise, a avaliar pelo número crescente de visitantes. E atrai cada vez mais estrangeiros, sobretudo criadores e empresários ligados ao mundo equestre que marcam presença nos concursos de apresentação dos cavalos lusitano e de sela. Hoje, dia dedicado a S. Martinho, é um dos momentos altos da festa que conserva as suas tradições populares e castiças, com vendedores de castanha assada no Largo do Arneiro e água-pé caseira.

Destaque para a romaria nocturna em honra de São Martinho, com os romeiros, cavaleiros e amazonas trajados a rigor num percurso que atravessa as principais ruas até chegar à feira, às 22 horas. O ministro da Agricultura, António Serrano, preside hoje à assinatura de um protocolo entre a Fundação Alter Real, a Associação Portuguesa de Criadores de Puro Sangue Lusitano e a Associação Brasileira de Criadores de Puro Sangue Lusitano.

Fonte - Correio da Manhã
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Neste dia a minha mente voa até ao reencontro da minha rua, era mesmo junto à porta da casa onde morava, que todos os anos, por esta altura, uma senhora velhinha, acentava banca, com um assador de barros, com os tais tipícos buracos e ali exercia o seu míster.

Já não me recordo o nome da senhora, pois era bem jovem nessa altura, Cassilda? Margarida? nao sei,  mas ficou em mim esse paladar tão gostoso, que nos dias de hoje, bem diferente é, bem como o preço.

A senhora trazia uma cadeirinha, um abanico, o assador e ali assava as castanhas, cujo fumo nos invadia a casa, ao lado ficava a taberna do Sr. Patrício, muito frequentava, e as castanhas essas tinham imensa saída, por essa altura ainda era premitido embrulharem-se as castanhas em papel de jornal, e na tasca a água pé corria dos pipos.

Hoje, para matar saudades, a minha esposa teve a gentileza de me comprar um saco de castanhas assadas, mas assadas à moda chinesa, o saquinho de 1 quilo custou 11 patacas, é diferente o sabor, mas como as não acompanhei com água pé, mas sim com chá verde, cairam maravilhosamente bem.

Um S. Martinho bem diferente.



Este tipo de vendedor de castanhas ainda se podem ver na Praça do Giraldo, em Évora



Um comentário:

Arménio Cruz disse...

Como eu gosto de castanhas assadas!...
Não resisto passar ao pé de um vendedor sem comprar umas castanhas assadas!
Mas agora, temos de as assar em casa, sai mais barato.
Hoje vai ser... com agua-pé nova.
Pena tenho eu de não o ter aqui ao pé de mim!... Isso sim, ia ser uma festança!
Abraço forte neste dia de S. Martinho.