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quinta-feira, outubro 13

Onze polícias apanhados no crime

Investigação


Agente Luís Maria é suspeito do crime mais grave: tramou um inocente

Onze polícias apanhados no crime

Quatro agentes PSP montaram armadilha a inocente; seis militares da GNR são suspeitos de corrupção; um chefe de polícia roubou colegas. Toda a história no CM.

Por:Henrique Machado / Magali Pinto / Miguel Curado

Simulação de crime, para enfiar na cadeia um inocente pela falsa tentativa de matar um polícia, por vingança pessoal deste; ao todo quatro agentes da PSP envolvidos, no Cacém. Corrupção, ao receberem dinheiro de condutores para fechar os olhos a multas de trânsito, no destacamento da GNR de Coina, no Barreiro; seis militares suspeitos. E furto de dinheiro, aos próprios colegas da PSP, dentro da esquadra de Portalegre; um chefe suspenso.

Ao todo, 11 polícias sob investigação, apurou o CM. Só que se nos crimes de Coina e de Portalegre, um por via da Judiciária de Setúbal, outro internamente na PSP, os processos estão em marcha, no Cacém, em que há fortes suspeitas de uma associação criminosa com pelo menos quatro polícias, na cilada a um inocente, o único arguido é, por agora, precisamente este.

Os principais suspeitos da PJ de Lisboa, cuja investigação restituiu a liberdade a Mário Brites, depois de cinco meses preso injustamente, são os agentes Luís Maria e António Nereu. O primeiro, ao tramar o vizinho pela quezília antiga por causa do condomínio, inventando que este o tentou matar com dois tiros à porta do prédio. E, o segundo, ao servir de testemunha do colega.

Mas o CM sabe que na noite de 30 de Abril, antes da armadilha que levou a vítima à cadeia por um crime que não cometeu, pelo menos mais dois polícias lá estavam – colegas de Nereu e de Luís Maria. Assistiram à encenação montada por estes dois e, por omissão, são cúmplices de crimes como simulação de crime, abuso de poder, falsificação e denúncia caluniosa.

Foram vistos, à civil e armados, pelas mesmas testemunhas que ajudaram a desmontar a tese de Luís Maria e António Nereu, ao contarem à PJ que não houve ali um só disparo por parte de Mário Brites. A investigação a pelo menos quatro polícias está agora dependente do Ministério Público de Sintra, que há cinco meses prendeu um inocente.

RECUSA DAR TESTEMUNHA AO TRIBUNAL

O agente Luís Maria disse à juíza ter sido alertado por um vizinho, via telemóvel, da presença de Mário Brites no prédio para o matar.

A magistrada quis saber quem é o vizinho, mas o polícia recusou dar o nome, para o proteger. A juíza insistiu, ordenou, e Maria não diz quem é. Incorre em desobediência.

COLEGAS MONTAM CILADA PARA APANHAR CHEFE A ROUBAR

Durante meses, o chefe J. Durão, da esquadra de Trânsito da PSP de Portalegre, conseguiu roubar o dinheiro dos próprios colegas. Todo o dinheiro, largas centenas de euros, que os polícias colocavam nos cacifos era levado pelo chefe da PSP. Desconfiados, os agentes montaram uma cilada e marcaram as notas: convidaram o chefe para um café e viram-no a pagar a conta com o dinheiro roubado. Formalizada a queixa, a Direcção Nacional da PSP ordenou a sua suspensão há cerca de 15 dias. Foi aberto processo-crime e, segundo fonte policial, será reformado compulsivamente.

PSP INVESTIGA FURTO E ORDENA SUSPENSÃO

Quando a PSP teve conhecimento de que o chefe J. Durão era o responsável pelos furtos no interior da esquadra de trânsito de Portalegre desencadeou logo um processo disciplinar. "Confirma-se a suspensão de um chefe da PSP", adiantou ao CM o porta-voz da Direcção Nacional, comissário Paulo Flor. "A PSP continuará a promover as acções necessárias para garantir que as situações desviantes e/ou criminais sejam investigadas e sancionada."

SEIS GUARDAS SUBORNADOS PARA ESQUECEREM MULTAS

Seis militares do posto de trânsito da GNR de Coina, Barreiro, estão a ser investigados por suspeitas de corrupção. A investigação, da Polícia Judiciária de Setúbal, foi desencadeada por várias queixas apresentadas por condutores, e os visados estão já a ser interrogados.

Contactada pelo CM, fonte oficial da GNR adiantou não querer comentar investigações. No entanto, ao que apurámos, os factos em causa remontam a 2009 e ter-se-ão estendido ao corrente ano.

Os seis visados pela denúncia faziam parte das Equipas de Fiscalização do posto de trânsito de Coina. Trata-se de uma unidade cuja principal tarefa é detectar e autuar as infracções de trânsito. Os queixosos alegam que os seis militares investigados terão exigido dinheiro para fechar os olhos a infracções de trânsito – tais como condução a falar ao telemóvel, falta de seguro ou da inspecção periódica dos veículos. A Polícia Judiciária já começou a interrogar os militares em causa, nas instalações do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal.

Um dos guardas já ouvidos em declarações está indiciado noutro processo-crime, desta feita por ofensas corporais. Em causa está uma denúncia de um colega, que o acusa de agressões no local de trabalho. Se a corrupção se confirmar, os seis arriscam expulsão da GNR e cadeia.

PJ DE SETÚBAL JÁ FEZ VÁRIOS INTERROGATÓRIOS

Os investigadores da Polícia Judiciária de Setúbal, órgão com competências exclusivas para o apuramento de crimes de corrupção, já efectuou várias diligências para apurar a veracidade das denúncias apresentadas contra os seis militares de Coina. Foram já feitos vários interrogatórios, mas não foi possível apurar se já há arguidos.

Fonte - Correio da Manhã

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Assim vai Portugal!...

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